Reflexão:. O Que Perdemos no Natal?

O Que Perdemos no Natal?

Era um homem solitário, cercado de controles eletrônicos e comida por todos os lados: o noticiário de sempre, as mortes nas estradas, as compras de última hora – as crianças contempladas pelos artistas que vinham em nome do Papai Noel…
 
Mas que vida…. o que era afinal, o Natal? não o presépio de Jesus com Maria e José, os Reis Magos, os pastores e os bichinhos andando a pé naquele mundo pastoril, não, que Natal era aquele do mundo febril? Natal do aquecimento global – rimou – será que enlouquecera?
 
As crianças gostavam mais das caixas que dos brinquedos, os adultos bebiam até passar mal, ah esqueci, é Natal!
 
Olhava o céu de madrugada crivada de estrelas, aquele universo cheio de mundos diferentes. Olhava o sol antecedido por sua coroa de raios partindo detrás das montanhas… o que perdemos no Natal? Dinheiro? não, ele foi transformado em “amor”…
Sem dúvida o mundo estava doente, perdera o sentido do presente… só, cercado por eletrônicos, queria renascer, possuir de novo o sonho da criança, queria acordar da ilusão!
 
A saudade dos flocos de nuvens rosas, das mudanças rápidas na luz celeste no mar das manhãs… para não sentir aquela dor da saudade, perdia o medo de se emocionar, concentrava-se no nascimento de mais um dia – tentava aprender, mais uma vez, como o desenho das aves, com suas asas abertas no pouso, era perfeito e belo em todo o seu voar.
Esperança… controlando a saudade de seu tempo de criança, ele via nascer novo sol em seu peito… então, distraidamente (talvez por isso mesmo) recebeu, na luz radiosa daquela manhã de Natal, uma visão de Maria embalando Jesus nos braços…
 
Quando nascemos, perdemos a segurança do ventre, corremos o risco de respirar, por nós mesmos, o ar da vida na Terra. Quando crescemos , somos o centro solar de nossas mães – elas nos dão a luz e se colocam, como a Terra no espaço, esperançosas de receber amor. Quantas se perderam… mas, quantas se encontraram, felizes, nesse papel que Deus, tido como Pai, se ocultou no ventre das mães….
 
Parece que perdemos mesmo algo do sentido do Natal… na verdade, perdemos todos os dias, na distância daquele ponto de partida, incertos do dia e da noite e se, na travessia dos portais da morte, teremos outra forma de amor tão bela quanto na chegada…
 
Se olharmos, em retrospectiva, toda história da humanidade mal contada da morte do Mestre e de sua mãe igualmente crucificada, coração cruzado pela espada da dor, veremos que, a mão que tirou por fim, o filho de Maria após anos de tentativas, foi a mão do lucro e do consumismo…
 
A mensagem que aquele bebê ia trazer ao mundo era justamente a da entrega das coisas, da perda do sentimento de perda, da morte dos prazeres infantis, dos presentes no presente, da mudança de hábitos que agora, o homem cercado de eletrônicos se via forçado a mudar  de canal.
 
o canal do coração estava como represa prestes a arrebentar; o canal dos sentimentos não estava ao alcance das ofertas e promoções, não.
 
Tudo isso via nas nuvens flocadas e tingidas de rosa por poucos minutos – a beleza não se deixa prender por nada do espaço e do tempo. Perdendo sua vida “normal”, ganhava  de volta aquela, da criança,  que um dia, antes mesmo da invenção mentirosa do Papai Noel, estivera mergulhada no corpo da mãe.
 
No seio amoroso daquela Maria que lhe dera a vida, também afundara em busca do calor de Deus. Agora, crescido e distante de todas essas presenças, trocaria tudo por aquela lembrança, profunda, distante, um tempo mágico de criança…
 
Na vida depois dessa vida, encontraria, de novo, o amor de seu Criador ? Perderia até mesmo o corpo, cercado de eletrônicos na noite de Natal, se pudesse, uma vez mais, ser como aquele menino pobre da manjedoura, sentir em si, uma vez que fosse, o carinho que recebeu de sua mãe, o Menino Jesus.
 
 
Luiz Fernando Costa Moreira 
 
 
Com votos sinceros de que o verdadeiro sentido do Natal de Jesus esteja presente no coração de todos os leitores, irmanados em fé, amor e paz.
 
Semíramis Alencar e Família                                                    

2 comentários

  1. O Espiritismo é o Natal que se renova e o tempo que fica mais lúcido…

    O que é Espiritismo?

    O Espiritismo é a luz que do Cristo emana
    E se esparrama pela consciência atenta
    Que não se afugenta ante as adversidades
    E enfrenta-se a si mesma entre a sombra e a luz
    É estrada aberta nos livros, nos gestos e no coração
    Sendo o caráter que a luz engendra
    É agenda de evolução
    Por isso é simplicidade que na alma se emoldura
    Fazendo da criatura querubim
    É o Espiritismo começo, meio e a imortalidade
    Aos poucos, pedra sobre pedra é cátedra de ascensão
    É lei natural e Divina ditada como um Sermão
    O Espiritismo é Jesus e os discípulos nos precipícios da matéria
    Semeando luz nas consciências vazias e arenosas pelos desertos de recursos
    De quem ainda se alimenta pelos instintos nos comensais da vaidade
    É a própria escada de Jacó á esperar pelos nossos pés
    E os nossos impulsos de ascensão
    O que é o Espiritismo, pergunta o desavisado e o incréu
    E a luz que ainda cega os olhos vendados pelo orgulho, de quem vive sem fé e ao léu
    É mesmo qual bisturi a cingir nossos sentidos em cirurgia de renovação
    Responde o aprendiz atento saboreando o ungüento de recuperação
    Como quem toma o elixir da vida eterna, no fundo da cisterna de provação
    Ciente de que a força que o ascensiona, revoluciona seu modo de ser
    O Espiritismo é luz, amor e verdade
    É Jesus e Kardec
    Jesus que cura, esclarece e apascenta
    Kardec que juntou as sementes de luz no silo do bom senso
    Sob a inspiração do Espírito de Verdade
    E pôs sobre a mesa do nosso destino a Claridade…
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    Ademário da Silva ### 21/12/2010
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    Palavra e semeadura…
    As palavras são quais sementes espargidas no seio do vento e por isso podem polinizar consciências de todos os estágios, em algumas encontrar até os plágios…
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    A consciência desatenta e a desavisada, a consciência descansada e a preguiçosa e também a consciência desesperada, e aquela que quase abandonada ao sabor das intempéries…
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    Em cada uma, essas palavras-sementes trarão um tom e um perfume diferentes, assim como designers de interpretação potencializados pela personalidade sadia ou doentia. Condicionada ou traumatizada pelas dores da vida, pelas missões não cumpridas, pelas fugas desmedidas para os oásis de ilusão nos desertos da teimosia.
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    Palavras são combinações fonéticas que cada idioma utiliza para a demonstração mais precisa do pensamento do ser humano… Embora os idiomas sejam tantos, o pensamento enquanto fala da alma tem um veículo único, o fluido universal, que os codifica por vibrações segundo os sentimentos neles encontrados, assim como emoções e intenções…
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    É ai nesse celeiro luzes e sombras que mora a inspiração e a intuição… Captar os pensamentos emoldurados por ideais e objetivos no crivo da ética mais pura, é o que a afinidade permite…
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    A semeadura, como na parábola dos talentos, trará tantos resultados segundo o investimento de cada um, na faixa de vibrações á que se vincula, quanto se permitirá estagnar nas ondas das mesmices e infantilidades, que o mau uso, ou mesmo o desuso de pensamentos e palavras que a criatura humana, enquanto recursos, deixa perder á desserviço da própria evolução…
    O Espiritismo trouxe outras palavras ao acervo de recursos dos quais carece a criatura… Entre elas…
    “Espíritas: Amai-vos…
    “Espíritas: Instruí-vos…
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    A Fé que raciocina e não se abala ante as constantes mutações do pensamento humano, que segue ás vezes as curvas do abismo segundo o comprometimento com o materialismo vigente…
    “Bem-Aventurados os Aflitos… que raciocinam, pois que escolheram que atitudes vão tomar diante das vicissitudes. Pois sabem que a dor é passageira da renovação…
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    “Bem-Aventurados os Mansos e Puros de coração, pois que já superaram a aflição e utilizam a fé e o raciocínio como instrumentos da inteligência na busca pelo discernimento…
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    Por isso quando lhe perguntarem o que é o Espiritismo?
    Responda simplesmente que ele é a espada que decepa os entulhos e as sombras, as vaidades e ilusões… Ele revoluciona, pois que separa teimosias e opiniões vaidosas dos valores reais dos princípios em se baseia… Ou seja,…
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    A fé que pensa por conhecimento de causa…
    A ciência que esclarece e desmitifica, separando o joio do trigo
    A filosofia que rele a imortalidade como fator de justiça e igualdade nos fenômenos da vida…
    ***
    Assim, repetindo, o Espiritismo é luz. E luz não necessita de rituais, adaptações estranhas, ou coisa que o valha…
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    Até por que a luz não carece de templos, mas de consciência, não tem como pendurá-la na parede e esperar que ela faça os milagres que a preguiça engendra… É preciso semeá-la em nosso próprio interior, pra que nossas palavras tenham em sua origem o gene do amor, do compromisso, do respeito ao próximo, e principalmente a consciência de que tudo aquilo que lançarmos nos solos das oportunidades voltará á nós outros qual colheita obrigatória e intransferível…
    ***
    Por isso o nosso Natal não é simples festa onde somam alegrias e desvarios, ilusões e crendices, mas um momento de imortalidade consciente e espiritualmente prazerosa, por carrearmos na lembrança a presença do Mestre Jesus, o Cristo, nosso Modelo e Guia…
    ***
    Ademário da Silva… 25/dezembro/2010

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